Mesas Redondas

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Águas Subterrâneas – O que sabemos sobre o maior estoque de água doce do Brasil?
Coordenador: Clyvihk Renna Camacho

Resumo: O maior estoque de água doce não congelada distribuída no mundo são as águas subterrâneas, representando aproximadamente 98% da água líquida disponível. O Brasil conta com aquíferos com grande capacidade de armazenamento, como Guarani, Urucuia, Sistema Aquífero Grande Amazonas (SAGA), entre muitos outros. Em 2020 a UNESCO estimou que 2 bilhões de pessoas fossem abastecidas diretamente por águas subterrâneas no mundo, no Brasil o IBGE indica que indicando que 56,8% dos municípios brasileiros possuem abastecimento por águas subterrâneas em alguma medida, desconsiderando-se, nesse cálculo, as águas cedidas pelos aquíferos para o fluxo de base dos corpos de águas superficiais. Os mananciais hídricos subterrâneos são tradicionalmente utilizados como fontes de abastecimento de água para o uso doméstico, industrial ou agrícola. A qualidade de suas águas, aliada à facilidade de extração em locais em escassez de águas de superfície, tem sido um fator importante e decisivo para o desenvolvimento de sistemas de extração em larga escala e de reduzidos custos visando satisfazer, quase sempre, demandas cada vez mais elevadas. A qualidade e quantidade das águas subterrâneas, entretanto, podem ser comprometidas caso a explotação não seja fundamentada em estudos preliminares de planejamento e uso sustentável dos mananciais. Mesmo após décadas de estudos, realizados por diferentes instituições públicas e privadas no Brasil, o reconhecimento dos recursos hídricos subterrâneos ainda possui um longo caminho a ser percorrido. Neste sentido a discussão sobre o tema, águas subterrâneas, ainda pode ser amplamente explorado a partir de diferentes abordagens e novas perspectivas.

 

Alterações no padrão de extremos e os desafios no planejamento e gestão da água: Como planejar e gerir com os extremos em mudança?
Coordenador: Dirceu Silveira Reis Junior

Resumo: Mudanças no padrão das vazões de estiagem podem afetar a confiabilidade de sistemas de abastecimento, prejudicar a produção agrícola, agravar problemas de qualidade da água, restringir o transporte de mercadorias e reduzir a produção hidroelétrica. Alterações na frequência e magnitude de cheias podem resultar em aumento de danos materiais, perdas de vidas humanas e de animais, bem como transtornos no setor de transporte. A não-estacionariedade de extremos hidrológicos, como secas e cheias, representa um desafio mundial para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos. Apesar dos avanços científicos, as incertezas no comportamento futuro de variáveis hidrológicas-chave dificultam sua incorporação no processo decisório em diversas escalas temporais. Esta mesa pretende discutir como os avanços científicos deste tema podem ser incorporados às estratégias de planejamento e gestão da água no dia-a-dia das instituições responsáveis, incluindo a questão da capacitação institucional.

 

Áreas protegidas e os recursos hídricos na Amazônia
Coordenador: Paulo Rógenes Monteiro Pontes

Resumo: As áreas protegidas são um espaço geográfico claramente definido, reconhecido, dedicado e gerido, através de meios legais ou outros meios eficazes, para alcançar a conservação da natureza a longo prazo (IUCN). No Brasil elas englobam as unidades de conservação e as terras indígenas. Elas são fundamentais para as metas globais de conservação e restauração da biodiversidade, inclusive da biodiversidade de água doce, e podem prover valiosos serviços como proteção do solo e regulação da disponibilidade de água que afetam diretamente os recursos hídricos. Para isso, entretanto, elas devem ser localizadas, projetadas e gerenciadas adequadamente e estar livres de pressões externas e internas de manejo inapropriado e legal. Portanto, monitoramento e pesquisa devem ser incorporados à gestão das áreas protegidas a fim de compreender e promover sua eficácia de acordo com os fins pretendidos. O objetivo dessa mesa é proporcionar uma discussão sobre as relações entre áreas protegidas e os recursos hídricos, trazendo pesquisadores e tomadores de decisão, trazendo contribuições nos seguintes tópicos: Distribuição das áreas protegidas na Amazônia no contexto dos recursos hídricos; Serviços relacionados a água prestados pelas áreas protegidas a população; Eficácia das áreas protegidas para proteção da biodiversidade aquática, regime hidrológico e qualidade da água; Impactos de ações antrópicas externas e internas dentro das áreas protegidas.

 

Bacia-Escola e Educação sobre os Recursos Hídricos
Coordenador: Antenor de Oliveira Aguiar Netto

Resumo: A presente Mesa Redonda tem por objetivo discutir o conceito, o histórico, importância e aplicação prática de bacias-escola, em termos de aspectos sociais, econômicos, ambientais e também educacional. Os problemas socio-hidrológicos vêm se tornando cada vez mais sérios, o que é nitidamente observado nos contextos do NEXUS ÁGUA-ENERGIA-ALIMENTO, do Marco de Sendai e da Agenda 2030. Para melhorar a quantidade e a qualidade do banco de dados hidrológicos e também para difundir conhecimento de hidrologia em comunidades locais, é fundamental construir bacias-escola em cada região tais como municípios e estados. O conceito de bacia-escola nasceu no Brasil, e o termo vem sendo usado e falado não sistematicamente até hoje. Então, agora está na hora de discutir de forma mais formal, sistemática e holística. Esse conceito brasileiro possui alta potencialidade de ser usado mundialmente. Assim, a contribuição até internacional será bastante esperada. Os aspectos técnico-científicos serão apresentados com base em pesquisas cientificas dos palestrantes. Com essas apresentações, os participantes (membros de comitês de bacias, técnicos de setores hídricos tais como ANA, ANEEL, e CPRM, técnicos de segurança pública tias como corpo de bombeiros e defesa civil, educadores, entre tours) vão reconhecer grandes contribuições das bacias-escola para desenvolvimento sustentável, ou seja, essencial tripé (social, econômico e ambiental). Após as apresentações das palestras orais e consecutivas discussões durante a Mesa-Redonda, vamos ter uma iniciação de movimento social e administrativo de como construir bacias-escola em diversas regiões no Brasil e até no exterior.

 

Bacias representativas e experimentais no Brasil: fragilidades e potencialidades
Coordenador: Adilson Pinheiro 

Resumo: No início dos anos 2000, foram disponibilizados recursos financeiros do CT-HIDRO para aprimoramento de infraestruturas de campo e laboratoriais para desenvolvimento de estudos hidrológicos quantitativos e qualitativos, tendo por base dados gerados em pequena escala, com condições ambientais mais controladas. Bacias já implantadas foram aprimoradas e novas sítios de estudos foram implantados, em geral, em modelo de rede cooperativa. Em 2020, Melo et al. publicaram o artigo “The big picture of field hydrology studies in Brazil. (Hydrological Sciences Journal, v. 65, p. 1-19), apresentando diagnóstico das bacias experimentais e representativas em funcionamento, com descrição das variáveis monitoradas. Estudos em campo requerem volumosos recursos financeiros, materiais e humanos. Partindo-se do princípio da ciência aberta e da otimização dos recursos financeiros escassos disponíveis no Brasil, modalidades de compartilhamento de dados são necessários de serem desenvolvidos. Assim, esta mesa redonda tem por objetivo reunir os diversos tipos de atores envolvidos visando discutir estratégias e ações para avanço na geração de dados hidrológicos medidos em campo e a otimização de sua exploração. Visa-se gerar o maior número possível de produtos acadêmicos, técnicos e científicos e, a formação de recursos humanos especializados, na perspectiva de geração de estudos hidrológicos de base e de suporte a tomada de decisão na gestão de recursos hídricos e na solução de problemas hídricos nacionais e internacionais.

 

BRICS Recursos Hídricos e Tratamento da Poluição? BRICS Water Resources and Pollution Treatment
Coordenador: Celso Bandeira de Melo Ribeiro

Resumo: No contexto da busca do desenvolvimento e do maior poder de negociação no cenário internacional foi criado, em 2014, o arranjo cooperativo multilateral do BRICS, que envolve Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.  O BRICS é um importante arranjo cooperativo multilateral que reúne as principais economias emergentes do mundo, compreendendo 41% da população mundial, tendo 24% do PIB mundial e mais de 16% de participação no comércio mundial. Os países do BRICS têm sido os principais motores do crescimento econômico global ao longo dos últimos anos. A presente mesa temática procura situar a modelagem do escoamento de água superficial  e água subterrânea integrada com aspectos de qualidade das águas, quer sob uma perspectiva geoquímica, quer seja sob a perspectiva de tratamento da poluição dos recursos hídricos, a partir de uma visão BRICS. O título da mesa proposta incorpora uma perspectiva mais geral de recursos hídricos em países que formam o BRICS. Observa-se que é necessário o desenvolvimento, no nível nacional e internacional, de técnicas de modelagem matemática computacional do fluxo de águas subterrâneas e do transporte de massa integradas com análise de risco associadas com instrumentos de gestão dos recursos hídricos. Estudos de casos desenvolvidos em países do BRICS podem ser reportados e compartilhados. Espera-se que as apresentações mostrem uma visão geral sobre o estado-da-arte do monitoramento hidrológico e suas tendências em um futuro próximo, aportando uma visão BRICS dentro do cenário internacional de avaliação e monitoramento dos recursos hídricos. Estima-se que as palestras e discussões possam informar ou prospectar sobre relacionamento, parcerias e arranjos institucionais entre entidades responsáveis pela operação e administração de redes de monitoramento nos países do BRICS.

 

Caminhos para reconciliar políticas energéticas e ambientais em grandes bacias brasileiras
Coordenador: Guilherme Fernandes Marques

Resumo: O atendimento aos usos múltiplos da água no Brasil enfrenta grandes desafios. Por um lado, é necessária a segurança energética e alimentar com projetos para produzir eletricidade e alimentos com maior eficiência e menor emissão de carbono. Por outro é urgente assegurar que estes projetos mantenham serviços ecossistêmicos de alto valor para a sociedade.  Para resolver estes desafios, precisamos identificar objetivos claros para políticas públicas, definir estratégias de expansão e operação de sistemas produtivos e energéticos, além da manutenção e recuperação ambiental. Apesar das particularidades e desafios distintos das bacias, a interligação do sistema gerador de eletricidade cria um forte nexo entre a água, a energia, a produção de alimentos e o meio ambiente. A presença desse nexo mostra que desafios hídricos, econômicos e ambientais caminham juntos e precisam de políticas coerentes para tornar a sociedade brasileira adaptada ao crescimento sustentado. Essa mesa redonda tem como objetivo mostrar caminhos promissores, identificados a partir de pesquisas científicas em grandes bacias brasileiras, para reconciliar os planejamentos energético e ambiental, trazendo uma visão estratégica de longo prazo para o planejamento sobre os usos da água. A expectativa é engajar formuladores de políticas públicas na esfera nacional para a discussão sobre como esses caminhos podem ser aprimorados e implementados. Como contribuições, a mesa redonda irá mostrar que: Existe espaço para negociação para reconciliar produção energética e recuperação ecossistêmica, seja na expansão dos sistemas ou em sua operação. Precisamos de um protocolo de operações de longo prazo para melhorar a resiliência dos sistemas, evitando o conflito entre usos durante as estiagens. O armazenamento se tornará cada vez mais importante no futuro para construir a capacidade de adaptação em cenários com maior variabilidade e incertezas. É possível identificar tradeoffs e criar instrumentos econômicos para compensação entre usos e usuários ao implementar os caminhos de reconciliação.

 

Climate variability and change on timescales of seasons to millennia
Coordenadora: Ligia Maria Nascimento de Araujo

Resumo: Eventos críticos de estiagem e chuvas intensas acontecem no Brasil com certa frequência, atingindo regiões economicamente importantes e produtoras de energia hidrelétrica. Aumentar a previsibilidade desses eventos com alguma antecedência permite a antecipação de medidas mitigadoras e tomadas de decisão que aumentam a resiliência de cidades e áreas vulneráveis. As pesquisas científicas sobre variabilidade climática em escala temporal sazonal, decenal e multidecenal mostram essa possiblidade de melhorar a previsibilidade dos eventos. É o caso das pesquisas do Dr. Richard Seager na Universidade de Columbia (https://ocp.ldeo.columbia.edu/res/div/ocp/people/seager/). Alguns de seus artigos sugerem uma simetria hemisférica de variabilidade climática e de precipitação entre América do Sul e América do Norte, que pôde ser percebida em alguns eventos passados inclusive durante a crise hídrica do sudeste brasileiro de 2013-2014. Esta mesa-redonda é uma grande oportunidade de debater tema tão relevante para o planejamento e a gestão de recursos hídricos no Brasil com contribuições direcionadas à aplicação de conhecimento científico, com metodologias adequadas de avaliação e previsão à prática dos alertas hidrológicos e à gestão de eventos críticos.

 

Construção de conhecimento científico e desenvolvimento de resiliência e sustentabilidade a desastres através da ciência cidadã
Coordenadora: Maria Clara Fava

Resumo: O uso de informações fornecidas por voluntários para a construção de conhecimento científico e para ações estratégicas de redução de risco a desastres vem crescendo e sendo amplamente investigado e aplicado em todo o mundo. As observações de ciência cidadã podem ser utilizadas como uma alternativa para suprir a falta de dados, garantindo uma melhoria nas previsões de modelos quando associadas aos dados de monitoramento tradicionais, bem como podem ser utilizadas para a construção de conhecimento comunitário, o que aumenta o seu preparo e proteção, por meio da consciência do problema. É imprescindível que as partes interessadas atuantes em locais de risco (governo, empresas, ONGs e a própria comunidade) reconheçam a importância do conhecimento local e incorporem o conceito de ciência cidadã no desenvolvimento de estratégias para resiliência e sustentabilidade a desastres. A mesa redonda se propõe a fomentar o debate entre a comunidade de recursos hídricos sobre experiências e estudos de caso implementados e em andamento para troca de conhecimento para ações atuais e futuras. Serão discutidas atividades estratégicas relacionadas ao tema de ciência cidadã, que incluem atividades de pesquisa, construção de redes de informação (observatórios cidadãos), educação e treinamento e capacitação das comunidades. Espera-se que o debate do tema traga novas ideias através da troca de relatos de experiências e incentive a implementação dessas atividades em ações governamentais e/ou de pesquisa.

 

Desafios e oportunidades para a colaboração científica em recursos hídricos na América Latina
Coordenador: Pedro Luiz Borges Chaffe

Resumo: Algumas das maiores bacias hidrográficas do mundo e sistemas hidrológicos com uma combinação única de clima, ecosistema e impactos antrópicos se encontram na América Latina. Para promover e avançar o conhecimento científico sobre esses sitemas da região é necessário um trabalho conjunto entre pesquisadores de diversas instituições e especialidades. A ciência colaborativa é um caminho para conectar os pesquisadores e também conectar os pontos? fragmentados do conhecimento através de iniciativas de síntese. A fragmentação do conhecimento e de iniciativas não é algo único à comunidade da ABRHidro, e nossa comunidade pode aprender com iniciativas de síntese internacional (e.g., IAHS scientific decades). Esta mesa pretende discutir como a ciência colaborativa pode impulsionar o progresso na área de recursos hídricos principalmente com o aumento da massa crítica de pesquisadores trabalhando em conjunto ao redor de perguntas e objetivos comuns.

 

Enquadramento de corpos hídricos – desafios e acertos na sua execução
Coordenador: Walter Corrêa Carvalho Junior

Resumo: Discutir as formas atuais de enquadramento de corpos hídricos em classe de usos preponderantes e novas possibilidades que estão sendo estudadas e propostas. A principal finalidade é de se discutir em meio técnico de Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) que são os maiores interessados na resolução dos problemas regionais referentes aos recursos hídricos. Entende-se que pode-se melhorar substancialmente a qualificação para entendimento desta ferramenta de gestão (envolve principalmente o planejamento dos usos de água na bacia hidrográfica) que reflete diretamente na economia da sociedade. A questão não é a qualidade da água a ser melhorada e sim a compatibilidade entre os usos de recursos hídricos. Pode-se realizar estudos de cases de sucesso (eg. Novo Rio Pinheiros e Despoluição do Tietê) e tentativas de inovação (eg. Enquadramento transitório do Rio Cuiabá em 2014, resultando em reconhecimento nacional da capital que mais investe em saneamento per capita em 9 anos de enquadramento). Entende-se que independente da forma que for efetivado o enquadramento, este possui a tendência de fornecer um espectro multifacetado de alternativas para resolução de conflitos de uso de recursos hídricos, além, é claro, da regularização dos usuários de água na bacia hidrográfica, sendo esta a principal contribuição a ser dada nesta mesa redonda.

 

Gestão de Recursos Hídricos em Crise
Coordenadora: Patricia Helena Gambogi Boson

Resumo: Discutir a instabilidade nos 3 Pilares do Sistema e da Política de Nacional de Recursos Hídricos diante da Crise Hídrica e Emergência Climática, e a pouca resposta que o Sistema e os instrumentos da Política dão, objetivando de apontar caminhos para o fortalecimento ou revisão do Sistema e estabilidade da gestão. Descrevendo os 3 Pilares: Pilar 1 – Da Formulação e Decisão: As Fragilidades dos Conselhos e Comitês e os problemas da Governança & Governabilidade; Pilar 2 – Da Sustentabilidade Financeira: A Debilidade do Instrumento Cobrança pelo Uso da Água – Causas, Consequências e Recuperação; Pilar 3 – Da Execução: A Precariedade dos Agentes Executores –

Ao final,  será feito um relatório com os principais pontos discutidos e com uma conclusão de posicionamento e encaminhamento da ABRHIDRO.

 

Mães na engenharia das águas
Coordenadora: Juliana Caroline de Alencar da Silva

Resumo: O mercado da engenharia e a pesquisa, bem como tantas outras áreas, apresentam desafios às mães que tentam conciliar a vida profissional à maternidade. Apesar disso, as mulheres têm com muita garra conseguido lugares de destaque na área. No entanto, estamos longe de vilusbram um horizonte igualitário que permitam que mais e mais mulheres consigam seu lugar ao sol. Debater o assunto é uma das formas de não só trazer novas ideias para sanar tais desafios, mas também para propiciar um espaço de escuta e acolhimento para unir forças no processo. Além disso, criar oportunidades para que os homens experienciem e tomem conhecimento dos desafios enfrentados pelas mães na engenharia das águas. A atividade contará com a participação de um membro a ser indicado da Parent in Science, grupo que debate e atua na questão da parentalidade na ciência, e um representante da Capes para discutir quais as iniciativas em andamento envolvendo a pauta.

 

Onde estamos e para onde devemos ir? Reflexões sobre a política e a gestão das águas no Brasil.
Coordenadora: Rosa Maria Formiga Johnsson

Resumo: Passados 26 anos da aprovação da Lei 9.433, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) apresentam avanços notáveis, mas também enormes desafios políticos, financeiros e institucionais. Partindo de uma série de estudos e reflexões sobre o tema, esta mesa redonda busca reunir (ex-)gestores experientes do SINGREH para promover um diálogo franco e corajoso sobre mudanças que consideram prioritárias para dar mais efetividade à governança e à gestão das águas no país.

 

Plano de Recuperação de Reservatórios: desafios multisetoriais para os usos da água no Brasil
Coordenador: Daniel Henrique Marco Detzel

Resumo: Motivado principalmente pela crise hídrica que afetou boa parte do país no final da década de 2010, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) instituiu em abril de 2022 um grupo de trabalho para desenvolver o que ficou conhecido como Plano de Recuperação de Reservatórios (PRR), aplicado aos reservatórios que compões o Sistema Interligado Nacional (SIN). As diretrizes do PRR foram fixadas no §1º do artigo 30 da Lei nº 14.182, de 12 de julho de 2021.

 

Segurança de Barragens na Prática – Riscos, Desafios e Soluções
Coordenadora: Jussara Cabral Cruz

Resumo: A comunidade da ABRHidro tem tido atuação fundamental para avanços do tema segurança de barragens no Brasil, do desenvolvimento tecnológico e em legislações e regulamentações nacionais que, hoje, colocam o Brasil como referência mundial. As mesas sobre segurança de barragens, tradicionais no Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, são oportunidade para apresentar estado da arte e compartilhamento de experiências por experts do país. Após 12 anos da Lei 12.334 (Política Nacional de Segurança de Barragens ? PNSB), acumulamos experiências na elaboração e implementação dos Planos de Segurança de Barragens – PSB e dos Planos de Ação de Emergências – PAE. Entretanto, mais de 90% das barragens de acumulação de água (usos múltiplos) ainda não tiveram esses instrumentos elaborados ou implementados. O momento é oportuno para reflexão sobre esses instrumentos, as alterações da PNSB introduzidas pela Lei 14066/2020 e sua regulamentação (Decreto 11310/2022) que possibilita definição de padrões de PSB para tipologias de barragens de menor risco. Também, o CNRH discutirá, neste ano, edição de resolução para normas e padrões para PSB e PAE simplificados, e a ABNT está trabalhando na elaboração de normas técnicas voltadas para segurança de barragens. Também importante  compartilhamento e esclarecimento sobre as novas matrizes de classificação de barragens aprovadas pelo CNRH em 2022, publicação prevista para 2023, bem como a discussão sobre os impactos de sua implementação, sobre o papel e os desafios dos órgãos fiscalizadores na implementação das novas diretrizes definidas pela Resolução CNRH 230/março/2022. Como pano de fundo das discussões, tem-se  aumento de risco à segurança resultante das mudanças climáticas, alterações nos regimes hidrológicos e consequente aumento da frequência e intensidade de eventos de cheia, o que demanda atenção e mobilização da comunidade dos recursos hídricos na revisão de dimensionamentos hidráulicos, na elaboração e implementação de PSBs, na classificação de barragens, na atuação da fiscalização.

 

Técnicas Isotópicas Aplicadas à Hidrologia
Coordenador: Clyvihk Renna Camacho

Resumo: Com a reinauguração da rede de monitoramento isotópico das chuvas no Brasil, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil – SGB com apoio de várias instituições de ensino e pesquisa, como a Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, vislumbra-se no horizonte uma retomada significativa do uso destas variáveis e na sua incorporação em modelagens e estudos sobre ciclo hidrológico. De fato, já se trata de uma ferramenta consagrada e de amplo espectro de aplicações na hidrologia como um todo. A sessão traz à discussão os avanços mais recentes, assim como as possibilidades que se abrem com a difusão de novos dados e conformação de novos grupos de pesquisa no Brasil.

 

Vulnerabilidade Costeira e Mudanças Climáticas
Coordenador: Rodrigo Amado Garcia Silva

Resumo: As áreas costeiras são locais onde estão fixadas boa parte da população brasileira e onde se situam grandes metrópoles no país e no mundo. Tais áreas são estratégicas e relevantes em termos: econômicos, pois abrigam portos e hidrovias, por onde boa parte da produção brasileira é exportada; sociais, pois além de concentrar grande número de habitantes, são polos turísticos; e ambientais, pois abrigam ecossistemas com grande biodiversidade. Soma-se a isso o fato de a costa ser uma das principais áreas impactadas no contexto das mudanças climáticas. Esta mesa redonda tem como objetivo discutir os principais desafios a serem enfrentados pelas cidades situadas em ambientes costeiros, tendo como foco as consequências já observadas atualmente e aquelas esperadas para as próximas décadas no contexto das mudanças climáticas.

 

Desafios e oportunidades para o jovem pesquisador no Brasil
Coordenador: Jullian Souza Sone

Resumo: O profissional com título de mestre ou doutor destaca-se por possuir formação acadêmica pautada pelo rigor técnico-científico, exigido ao longo do período de formação. O Poder Público é o principal financiador do Ensino Superior sendo em nível federal e estadual. A pós-graduação stricto sensu brasileira cresceu 48,6% na última década.  Atrelada a este processo de formação de recursos humanos está a produção de 95% das pesquisas científicas no Brasil, o que coloca o país em posição de destaque mundial. No entanto, o número de doutores formados e  de vagas disponíveis em concursos para professor são descompassados. Então, qual seria o futuro profissional do pesquisador no início de carreira ao sair da universidade? Como os programas de pós-graduação podem favorecer habilidades críticas, transferíveis entre disciplinas e sociedade, apresentando trajetórias que não sejam exclusivas à carreira acadêmica? O mercado de trabalho tem capacidade de absorver esses profissionais tão qualificados?

Essas perguntas escancaram uma realidade que acende o debate sobre o futuro do sistema que forma pesquisadores e profissionais de alto nível para o Brasil. Nos últimos três anos houve uma queda na procura por cursos stricto sensu, inclusive em programas de excelência. Há uma série de fatores que levam a esse cenário, entre eles a desmotivação diante da escassez de bolsas de pesquisa, falta de perspectiva para a continuidade da carreira para além da docência e da pesquisa em instituições públicas, além de constantes queixas de ambientes que afetam negativamente a saúde mental e a pressão por alta produtividade. Neste cenário, esta mesa redonda busca discutir os desafios e oportunidades para os pesquisadores em início de carreira no Brasil.